Ultimas Postagens

Últimas postagens

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Usamos apenas 10% do cérebro?



Por Lucas França¹

Você pode achar ruim por entregar um relatório fora prazo porque não deu conta. Ou se sentir frustrado por não ter aprendido aquela língua nova que você colocou como meta. Ou não ter feito algo de muito relevante na sua carreira acadêmica ainda. Ou na vida.

E esse sentimento pode ter piorado depois de assistir ‘Sem limites’ e ‘Lucy’ com pessoas usando 100% do cérebro, afinal, nos reles mortais usamos apenas 10%. Mas calma, posso começar essa sexta diminuindo um pouco seu sentimento de culpa.

Afinal, essa historia que usamos 10% do cérebro é um MITO.

"Sabemos que grande parte do cérebro é utilizada. Isso explica por que até microlesões cerebrais podem causar danos graves e irreversíveis", diz o neurocientista e pesquisador do Hospital Sírio-Libanês, Erich Fonoff. Quantos por cento então? "Atribuir um percentual é leviano. Para isso, teríamos que saber o que são os 100%. Ainda não chegamos a esse nível".

Apesar do cérebro e suas nuances de funcionamento ainda serem motivo de grande esforço cientifico para se desvendar, existem provas através de estudos de como ocorre o mecanismo das sinapses humanas, e nelas se percebe claramente que não existem zonas ‘paradas’, afinal até durante o sono nosso cérebro trabalha, e faz isso como um grande circuito elétrico interligado.

Como observamos nessa imagem, através de um método chamado de clarity que foi divulgado pela Nature:



Bem, então de onde surgiu esse mito? Sabe-se que o mito dos 10% nasceu entre os que defendem a paranormalidade, onde os 100% estariam ligados a pessoas que possuem poder de ler mentes, levitar... A história da ‘força do pensamento’. 

Mas então você esta dizendo que os exercícios para estimular o cérebro não passam de mentiras? Não é bem assim. "O sistema nervoso é plástico. Se for estimulado, aumenta seu o potencial colossalmente", diz o chefe do laboratório de Neurociências do Instituto de Bio-ciências da USP, Gilberto Xavier.

O que não se pode deixar de levar em conta é a diferença entre ‘capacidade do cérebro’ e ‘uso da massa encefálica’. E mesmo sendo o cérebro um mistério, sabemos que não somos qualificados pelo tamanho da massa encefálica ou o número de neurônios.


Que o nosso foco mude para o USO e não se detenha na CAPACIDADE.

_
Lucas França:   Escreve as sextas sobre ciências e curiosidades. É acadêmico de medicina, não leva tudo a sério demais, é movido por emoções e como todo estudante não nega um convite para um café, bom ou ruim.

2 comentários:

Traduzido Por: Mais Template - Designed By