Por Lucas França¹
Você pode achar ruim por entregar um relatório fora prazo porque não deu conta. Ou se sentir frustrado por não ter aprendido aquela língua nova que você colocou como meta. Ou não ter feito algo de muito relevante na sua carreira acadêmica ainda. Ou na vida.
E esse sentimento pode ter
piorado depois de assistir ‘Sem limites’ e ‘Lucy’ com pessoas usando 100% do cérebro,
afinal, nos reles mortais usamos apenas 10%. Mas calma, posso começar essa sexta diminuindo um pouco seu
sentimento de culpa.
Afinal, essa historia que usamos 10% do cérebro é um MITO.
"Sabemos que grande parte
do cérebro é utilizada. Isso explica por que até microlesões cerebrais podem
causar danos graves e irreversíveis", diz o neurocientista e pesquisador
do Hospital Sírio-Libanês, Erich Fonoff. Quantos por cento então?
"Atribuir um percentual é leviano. Para isso, teríamos que saber o que são
os 100%. Ainda não chegamos a esse nível".
Apesar do cérebro e suas
nuances de funcionamento ainda serem motivo de grande esforço cientifico para
se desvendar, existem provas através de estudos de como ocorre o mecanismo das
sinapses humanas, e nelas se percebe claramente que não existem zonas ‘paradas’,
afinal até durante o sono nosso cérebro trabalha, e faz isso como um grande
circuito elétrico interligado.
Como observamos nessa imagem, através
de um método chamado de clarity que foi divulgado pela Nature:
Bem, então de onde surgiu esse mito? Sabe-se que o mito dos 10% nasceu entre os que defendem a paranormalidade, onde os 100% estariam ligados a pessoas que possuem poder de ler mentes, levitar... A história da ‘força do pensamento’.
Mas então você esta dizendo que
os exercícios para estimular o cérebro não passam de mentiras? Não é bem assim.
"O sistema nervoso é plástico. Se for estimulado, aumenta seu o potencial
colossalmente", diz o chefe do laboratório de Neurociências do Instituto
de Bio-ciências da USP, Gilberto Xavier.
O que não se pode deixar de
levar em conta é a diferença entre ‘capacidade
do cérebro’ e ‘uso da massa
encefálica’. E mesmo sendo o cérebro um mistério, sabemos que não somos
qualificados pelo tamanho da massa encefálica ou o número de neurônios.
Que o nosso foco mude para o USO e não se detenha na CAPACIDADE.
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Lucas França: Escreve as sextas sobre ciências e curiosidades. É acadêmico de medicina, não leva tudo a sério demais, é movido por emoções e como todo estudante não nega um convite para um café, bom ou ruim.
e a neurociência é a melhor coisa a se estudar
ResponderExcluirSem dúvidas um vasto mundo a ser descoberto
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