Por Eduardo Silva
A vitória folgada de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a
presidência da Câmara dos Deputados pode ser o início da crônica da morte
anunciada do governo Dilma. No cargo de presidente da Casa, ele poderá ser
decisivo para a abertura de um processo de impeachment da presidente.
Sobre a viabilidade de um resultado desfavorável para a
matriarca do governo, bem, aí á são outros 500 anos do Brasil, mas a decisão de
colocar em votação um eventual pedido de abertura do processo passa pelo
comandante da Câmara. Seria o outono da matriarca?
Embora o próprio Cunha tenha definido como “descabida” a
hipótese, é sabido que um jogo sem fim e sem escrúpulos de chantagens – tão
comum na vida política de Brasília – pode sim resultar na discussão do impedimento
de Dilma. A “gerentona” enfrentaria tempos difíceis, seriam necessários cem
anos de solidão, digo, de reflexão, para encontrar uma saída redentora.
Se o governo não atender a possíveis pedidos do novo
presidente da Câmara – cargos, emendas e outras demandas permanentes do
troca-troca de interesses – o peemedebista saberá ser incisivo na forma de
retaliar um governo que já começou com cara de fim de festa, e não estou me
referindo ao semblante da presidente ou do ex-diretor da Petrobrás Nestor
Cerveró, mas sim à roubalheira executada na estatal do petróleo. Não haveria
amor, apenas tempos de cólera.
Os dois fatos somados podem resultar em uma equação
complexa para o futuro do petismo. O petismo que saiu mais fraco da última
eleição. Venceu, mas pouco comemorou. Era denso e tenso o clima de velório. E agora
resta pela frente o desafio do embate legítimo com a oposição. O medo é que, no
futuro, só restem memórias de putas tristes.
P.S. Leiam Garcia Marquez. Um gênio da ficção e um idiota
político.
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Eduardo Silva é jornalista, editor da revista Marcas & Líderes e apresentador do programa Marcas do Campo na Rádio Pitangueira.
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