Por Marcos Serres¹
Estava revirando minhas fotos antigas e achei essa que foi
tirada numa das manifestações de junho de 2013. Essa frase é uma das minhas
favoritas e vem de uma música chamada Terra de Cego da banda Forfun.
Nosso país está envolto em uma crise sem fim, crise
econômica, política e social. Sem falar é claro da grande agitação em torno de
um possível impeachment da presidente recém-eleita. Isso tudo em apenas dois
meses do novo mandato dela, eu fico imaginando o que vai acontecer nos próximos
quatro anos.
A crise política no país é tamanha que a maior ameaça da
presidente não vem nem da oposição e sim do presidente da Câmara, Eduardo
Cunha, que é de um partido “teoricamente” aliado de seu governo que é o PMDB,
da qual o vice-presidente da república, Michel Temer, faz parte.
Como se não bastasse, cada dia que abrimos o jornal,
entramos nos sites de notícia ou assistimos televisão vemos mais e mais crimes
de corrupção assolando o nosso país. Isso torna a confiança do povo nas
instituições públicas e no governo algo muito baixo. Já trabalhei na
universidade com pesquisa de confiança da população e as taxas não foram muito
boas não. Isso, claro, foi em 2013. Fico imaginando agora, quando estamos no
meio dessa crise toda, o quanto deve estar a confiança da população no governo
e nas instituições públicas.
É dever de todo cidadão, não só zelar pelo país como também
pelo dinheiro público, afinal, este não dá em árvore e sim é arrancado através
da violência e da coerção do bolso do trabalhador honesto. Não bastasse o ato
de recolher imposto ser uma afronta, os políticos e funcionários públicos de
alto escalão fazem farra com esse dinheiro suado que é fruto do trabalho do
contribuinte. Já dizia Tatcher: “Para cada um que ganha sem trabalhar, existe
alguém que trabalha sem ganhar.”
Muitos motivos foram os que me levaram em 2013 às ruas.
Motivos esses que me fazem ter vontade de ver novamente as ruas tomadas pela
população a soltar seu grito indignado com a corrupção e a falta de respeito que
nossos políticos nos mostram a cada dia, ao invés de honrar e cumprir seus
papéis. Afinal, nós é que os pusemos lá.
Se não formos bravos o suficiente para mostrar que não
estamos contentes e que o poder ainda é nosso e não deles, seremos para sempre
escravos de um sistema político que troca de figurinha toda hora mas o que não
irá mudar é a forma com que o povo é tratado: com desrespeito e violência.
Por fim, deixo a música da qual eu tirei a frase pra por no meu cartaz:
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¹ Marcos Serres é estudante de Ciência Política, ator e comediante stand up. Escreve sobre política no blog 7 por Sete e sobre assuntos diversos em seu blog pessoal Coluna Invertebrada. As vezes assume o papel de líder da bancada dos revoltados e sai com cartazes em protesto nas ruas.
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