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sábado, 28 de fevereiro de 2015

Se não fores bravo, tu serás escravo!

Por Marcos Serres¹

Estava revirando minhas fotos antigas e achei essa que foi tirada numa das manifestações de junho de 2013. Essa frase é uma das minhas favoritas e vem de uma música chamada Terra de Cego da banda Forfun.

Nosso país está envolto em uma crise sem fim, crise econômica, política e social. Sem falar é claro da grande agitação em torno de um possível impeachment da presidente recém-eleita. Isso tudo em apenas dois meses do novo mandato dela, eu fico imaginando o que vai acontecer nos próximos quatro anos.

A crise política no país é tamanha que a maior ameaça da presidente não vem nem da oposição e sim do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que é de um partido “teoricamente” aliado de seu governo que é o PMDB, da qual o vice-presidente da república, Michel Temer, faz parte.

Como se não bastasse, cada dia que abrimos o jornal, entramos nos sites de notícia ou assistimos televisão vemos mais e mais crimes de corrupção assolando o nosso país. Isso torna a confiança do povo nas instituições públicas e no governo algo muito baixo. Já trabalhei na universidade com pesquisa de confiança da população e as taxas não foram muito boas não. Isso, claro, foi em 2013. Fico imaginando agora, quando estamos no meio dessa crise toda, o quanto deve estar a confiança da população no governo e nas instituições públicas.

É dever de todo cidadão, não só zelar pelo país como também pelo dinheiro público, afinal, este não dá em árvore e sim é arrancado através da violência e da coerção do bolso do trabalhador honesto. Não bastasse o ato de recolher imposto ser uma afronta, os políticos e funcionários públicos de alto escalão fazem farra com esse dinheiro suado que é fruto do trabalho do contribuinte. Já dizia Tatcher: “Para cada um que ganha sem trabalhar, existe alguém que trabalha sem ganhar.”

Muitos motivos foram os que me levaram em 2013 às ruas. Motivos esses que me fazem ter vontade de ver novamente as ruas tomadas pela população a soltar seu grito indignado com a corrupção e a falta de respeito que nossos políticos nos mostram a cada dia, ao invés de honrar e cumprir seus papéis. Afinal, nós é que os pusemos lá.


Se não formos bravos o suficiente para mostrar que não estamos contentes e que o poder ainda é nosso e não deles, seremos para sempre escravos de um sistema político que troca de figurinha toda hora mas o que não irá mudar é a forma com que o povo é tratado: com desrespeito e violência. 

Por fim, deixo a música da qual eu tirei a frase pra por no meu cartaz:


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¹ Marcos Serres é estudante de Ciência Política, ator e comediante stand up. Escreve sobre política no blog 7 por Sete e sobre assuntos diversos em seu blog pessoal Coluna Invertebrada. As vezes assume o papel de líder da bancada dos revoltados e sai com cartazes em protesto nas ruas.
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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Flamengo e Brasil de Pelotas estreiam e fazem um ótimo duelo pela Copa do Brasil!

Por Rud Lobato¹

Ontem teve copa do Brasil! A competição mais democrática do futebol Brasileiro, onde participam os times dos 26 estados e do Distrito Federal.

O jogo de ontem entre Brasil de Pelotas e Flamengo foi muito bom, todos esperavam um jogo com um amplo domínio do Clube carioca, mas não foi bem assim. O time do interior do Rio Grande do Sul jogava em casa, no seu caldeirão, a torcida conhecida como xavante  empurrava muito, o time de Pelotas aplicou uma pressão imensa durante 10 minutos mas não conseguiu marcar, depois dessa pressão o jogo ficou mais equilibrado e houve boas chances para  os dois lados, até que aos 29 minutos do primeiro tempo Léo Moura cruza a bola, o zagueiro tenta recuar de cabeça para o goleiro, mas o atacante do Flamengo, Alecsandro vulgo "Alecgol" chega primeiro que o goleiro e chuta a bola que vai parar no fundo da rede. A equipe de pelotas sente o gol e o time carioca domina o resto do primeiro tempo.

No início do segundo tempo o jogo fica equilibrado, os dois times jogam na mesma intensidade, o técnico Vandelei Luxemburgo mexe no time do Flamengo, tira o atacante Alecsandro o autor do gol e coloca o garoto Arthur Maia, meio campista, que foi um dos destaques do do time no inicio do ano. Arthur entrou aos 25 minutos do segundo tempo, aos 29 pintou uma falta na entrada da área, ele foi cobrar, soltou uma bomba na barreira mas no rebote o lateral direito pará , vaiado pela torcida no último jogo, bateu muito bem na bola e fez o gol que dava a classificação para o Flamengo sem precisar do jogo de volta.

Daí pra frente o Brasil de Pelotas começou uma grande pressão, precisava de um gol para conseguir o jogo de volta, aos 37 minutos, o goleiro fez uma ótima defesa em um belo chute do jogador Washington, mas o grande momento do clube do interior do Rio Grande do Sul ocorreu aos 47 minutos do segundo tempo, no ultimo suspiro, o lateral Pará fez uma falta bem perigosa na ponta direita, Forster cobrou ela muito bem e o atacante Nena desviou de cabeça para o gol. A torcida foi ao delírio, a derrota foi muito comemorada pois o placar deixou a vaga para ser definida só no jogo de volta.

Na minha avaliação, o Luxemburgo está usando a escalação errada, o time do início do ano, com o meio-campo Arthur Maia de titular jogava muito mais que esse com três volantes. O time venceu, mas não convenceu.

Já o Brasil de Pelotas fez uma boa partida em casa contra o grande clube carioca, houve o erro do zagueiro que gerou o gol do Flamengo, mas conseguiu marcar um gol e o objetivo foi alcançado, o jogo de volta no estádio do maracanã.

Os dois time voltam a se enfrentar no dia 18/03/2014 as 22:00, no estádio do maracanã.

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¹Rud Lobato é colunistas de esportes do blog 7 por Sete e escreve nas quintas-feiras. 

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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Grand Chase - A Última Caçada.


Por Gabriel Acacio¹


Grand Chase é um jogo de MMORPG de luta, no qual era possível fazer desde missões em fases, caçadas e o famoso PVP[Player Versus Player]. Este game foi lançado em 2003 na Koreia, e em 2006 no brasil lançado pela empresa LevelUp!Games. O game não era apenas de luta sem sentido, havia toda uma historia profunda em cada personagem, no qual inicialmente eram apenas três : Elesis(Espadashin),Lire(Arqueira) e Arme(Maga)



Arme, Elesis e Lire

Até então ninguém dava muito pelo game, tanto a empresa KOG, quanto a própria LevelUp!, que até então havia perdido muitos players, devido ao seu jogo mais famoso, Ragnarok ter um server totalmente pago. Sendo assim, no dia 28 de Junho de 2006, foi lançado o server beta. Muitos iniciaram jogar, por que afinal, era algo novo e diferente, até mesmo a movimentação dos personagens era limitada, não era um jogo "mundano" como Ragnarok, Perfect World, etc. Era possível lembrar um pouco até mesmo Street Figther, entretanto, com espadas, magia e flechas. Sendo assim, muitas lan houses da época compraram os CD's de instalação, e até mesmo pessoas baixaram do próprio site para iniciar, em pouco tempo, Grand Chase avia estourado, aos fins de semana era uma luta incansável para acessar um dos três servidores disponíveis, devido a superlotação de players, vendo isso, o game saiu do beta e se tornou oficial, e com isso é claro, veio a primeira moeda paga do game, CASH. que facilitava a sua vida dentro do jogo, não demorou para chegarem as segundas classes dentro do game, que para consegui-las era necessário adquirir 300 fragmentos. E é claro que a empresa lucrou aí, por que ninguém queria ficar o dia inteiro juntando 300 fragmentos para poder mudar de classe, era preferível(para alguns) gastar 10,00 e comprar por CASH o teste, que a quantidade de fragmentos era bem menor. (50 fragmentos, mel na chupeta, né?).

Apos muito tempo de game, os players se queixaram da falta de um personagem masculino(Maldito sistema gamer opressor!) sendo assim, lançou o primeiro personagem homem do game o Lass!


Lass - O Ninja


E é claro, o teste para adquirir o personagem era semi-impossível! Por que junto com ele, veio a missão "Castelo de Cazeaje" no qual precisava vencer na dificuldade 5 estrelas! basicamente todos os monstros davam one-hit! Entretanto, o teste por CASH era apenas coletar uma gema. Uma jogada otima para adquirir o personagem, não? Também acho, mas a LuG não contava com uma coisa...O uso de hack. traduzindo : os players brasileiros arranjaram uma forma de trapacear e conseguir tanto subir de nível quanto conseguir os itens facilmente, e é claro, muita gente pegou o Lass devido a isso.[Eu não fui exceção não, gente!] 
E é claro que a LuG tomou suas medidas para que isso fosse removido, sendo que para cada um hack que eles eliminavam, brotavam outros 5. E aí era hack exagerado no jeito BR de ser, Hack no PVP, hack na expedição, hack na caçada, hack na tela de login, hack in everywhere.

O Tempo foi passando, todos tiveram suas segundas classes, e em breve vieram as terceiras classes, e é claro, o uso de hack foi adoidado também, e apos tudo isso surgiu um novo personagem, outro rapaz, Ryan, seguido também pelo Ronan logo depois(Maldito sistema gamer machista opressor!). O game parecia parado desde então, mas logo chegaram novas missões e estava em mudança de temporada para a Season 2, e assim como quem votou no Aécio, teve gente contra, mas nada mudou e fomos para a Season 2 felizes e contentes. (ok, nem tão contentes assim.) E ficou naquela, mapa novo, jogabilidade nova, inicialmente sem hack, gente dando piti, "impietchyxment" da season 2, etc, etc. Tudo seguiu normalmente, continuaram lançando novos personagens e é claro, novas Seasons, novas modalidades de jogo também,até que recentemente, no dia 14 de janeiro de 2015, a empresa LuG anunciou o fechamento dos servers de Grand Chase , que foi quando começou a campanha #LongLiveTheChase , que até então inúmeros players tem a esperança de que o servidor continue, embora eu ache dificil que isso aconteça. É triste pensar nisso, mas chegou ao fim, 10 anos de Grand Chase, cerca de 15 personagens,entre eles um criado pelos próprios brasileiros(Na Teoria seriam dois : Nina e Lin, mas apenas Lin foi lançada oficialmente), mais de 30 mil jogadores simultâneos, muitas formas de jogo e uma historia que nunca teve fim. Mas é claro que a empresa fez uma última graça aos seus jogadores, deu 10.000 de uma moeda semelhante a CASH para todos os jogadores, e criou uma pagina chamada "Grand Chase - Nosso Lar" para que os players tivessem eternas lembranças do game, e é claro votar em uma rota final para a historia. Vocês podem visualizar no link a seguir: 




#LogLiveTheChase.

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¹Gabriel é um dos administradores do blog, aluno de Belas Artes e gamer fanático, muito fã do game Grand Chase, tentando prestar uma última homenagem ao jogo.
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domingo, 22 de fevereiro de 2015

Uma vida com pressa pra viver


Por Eduardo Silva¹

Nirvana é punk rock misturado com Beatles. A frase lapidar atribuída a João Gordo, líder da banda Ratos de Porão, ainda deve ser a melhor síntese sobre o trio grunge, depois quarteto, liderado por Kurt Donald Cobain. As letras do Nirvana eram confissões de uma mente perturbada. Pensamentos de alguém que tinha pressa pra viver. Assim era Kurt Cobain. Morreu aos 27 anos, mas enfrentou “pequenas mortes ao longo da vida”, como escreveu o jornalista americano Charles R. Cross, na biografia Mais Pesado que o Céu.  E essas pequenas mortes estão presentes em clássicos como Heart-Shaped Box, Rape Me ou All Apologies.

Kurt Cobain colocou definitivamente seu nome na enciclopédia do rock mundial quando Smells Like Teen Spirit explodiu nas rádios e TVs. A violenta crítica sonora à apatia juvenil derrubou o pop da parada e colocou o rock sujo de garagem no topo da influência musical e cultural. Camisas de flanela passaram a compor a paisagem. De certa forma, voltando à frase atribuída a João Gordo, o punk rock vencia novamente, como aconteceu na época dos Ramones, agora com a banda de Seattle no comando. Kurt Cobain mal sabia tocar, mal sabia cantar. Era mais uma prova – e aí voltamos à comparação principal com o punk rock – de que é possível compor grandes canções sem ser um exímio músico. Alguém disse: cantar bem possuindo uma bela voz é fácil; cantar bem sem uma bela voz é arte.

Ele superou suas limitações artísticas e técnicas. Mas jamais venceu o vazio existencial. Raramente foi feliz. É como se o sentimento passageiro de dúvida sobre o sentido da vida, de agonia, que vez por outra atormenta a cabeça de qualquer pessoa normal, fosse permanente em Cobain. Citando o filósofo Luiz Felipe Pondé: o ser humano é um animal condenado a carregar nas costas o tempo inteiro o cadáver da certeza da morte. Cobain tentava expurgar os seus demônios nas músicas e na pintura, mas sempre restava algo por resolver.


A trajetória pessoal e artística de Kurt Cobain serve como hipótese de resposta para a eterna pergunta: o que é a vida? A vida é breve e precária. Como um punk rock tocado em três minutos e em três acordes.  Boa, mas sem muito sentido. 

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¹ Eduardo Silva é jornalista, editor da revista Marcas & Líderes e apresentador do programa Marcas do Campo na Rádio Pitangueira. É fã da banda Nirvana e do seu vocalista Kurt Cobain.
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sábado, 21 de fevereiro de 2015

“Saudades... Já não sei se é a palavra certa para usar”

Por Romário Alcântara¹


             Acordei com saudades hoje. Mentira: acordei porque tinha aula de sábado por esta manhã. No remexe-e-dorme-da-classe, devido à soneira, em meio à pacata aula, aí sim me deu saudades. De muita coisa. Principalmente quando o brasileiro era um povo burro, mas pacato. Melhor explico.

            Nasci em meio aos anos 1990, é verdade, porém me lembro bem do final daquela década e o começo dos anos 2000. Lembro-me que sempre houve manifestações para lá e para cá, contudo ainda havia um mínimo de dignidade – por pior que fosse a situação econômico-social daqueles tempos. Sim, sempre houve diversas discussões políticas, greves e tudo mais, entretanto ao menos havia algum valor moral imperando nisso. Havia discussões, havia engajamento, as pessoas eram gentes e, por incrível que pareça, ideologia era segundo plano: tínhamos um problema, e queríamos uma solução; de qual lado viesse era o que menos importava.

            Os “tiozões do CAPS LOCK” eram os que mais reclamam desde sempre da alta carga tributária. Professores já ‘panelavam’ há horas por melhores condições salariais da classe. Recém estavam discutindo o tal de ‘novo’ Código Civil (de 2002, que entrou em vigor em 2003). Vereadores saíam no tapa verbal pelas tribunas, exemplo este seguido pelos também burocratas estaduais e federais. Ao final disso tudo, embora tanta panaceia política, todos se juntavam para beber e fumar em uma birosca qualquer. Amigos, amigos, política à parte.

            Hoje, não. Viramos “yankees tupiniquins”. Assim como nos EUA um democrata mal cumprimenta direito um republicano, hoje são os petistas que mal podem enxergar os tucanos. E ai de quem for de uma pequena sigla: vira alvo de disputa; antes alvo fosse: vira objeto mesmo. “Esse ‘partido de aluguel’ é meu, eu quero meus preciosos segundos eleitorais nas redes nacionais de rádio e televisão!”, brada um lado ao outro, declarando-se com razão – razão maquiavélica, óbvio. Em tempo: isso sempre houve? Sim, porém não de modo tão descarado e tão sem vergonha alguma como agora. É uma (falsa) habitualidade que incomoda, remexe com o interior do cidadão comum.

            E ai de quem for apolítico ou apartidário... Pois os dois lados citados acima – que não passam de duas faces de uma mesma moeda (corrompida) chamada “estatismo” (a ‘religião’ moderna que mais possui adeptos ao redor do mundo) – lhe perseguirão por ser contra o voto obrigatório. “Como se um direito fosse dever”, já dizia eu, cansado de discutir com essa gente. Ser apolítico virou mais ofensivo que ser taxado de filho de meretriz. Ser apartidário virou algo mais indeciso que um fugitivo pego em cima do Muro de Berlim.

            De lá para cá, não formamos estudantes: formamos frequentadores de salas de aulas. De antes até agora, não formamos acadêmicos: somente sujeitos portadores de diplomas – que não passa de um “capital simbólico” sugestivo e fetichista – e que quando fazem algo, fazem-na tal como ativistas fariam, não como críticos advindos do ensino (?) superior (??). Do final do último milênio até a metade da segunda década do atual século, não houve incremento educacional ao nosso povo: no entanto, tão somente o crescimento ideológico. Paulo Freire deve estar se regozijando carcomido embaixo de uma tumba qualquer.

            Ao menos, naquele tempo, o povo até podia ser burro em algumas coisas, todavia em outras mantinha seu padrão moral mais conservado – e aqui não falo de religião, sexualidade, e entre outros, mas tão somente o trato com outras pessoas quaisquer. O “fio de bigode” era uma lei maior que as leis declaradas nas cartas políticas e constitucionais de onde é que fosse. Podia-se ser ignorante, se bem que melhor ser ignorante (como antes) do que estúpido (como agora). Ademais, vale ressaltar: havia mais cordialidade.

            Era engraçado ver nos bares de mais antigamente: o homossexual sendo chamado de “viadinho”, e ele só no ‘caras e bocas’, nem aí, ‘fazendo a egípcia’ diante da debochativa provocação. E o negro, então? Havia um conhecido meu que era reconhecido pela alcunha de “bugio”, devido a seu porte físico avantajado e sua tenaz pele provida de ALTAS melaninas. Chamavam-no assim e ele sorria – e o sorriso era o único traço branco dele, veja só.

            Não obstante, o melhor fica para o final: que tal um exemplo ocorrido comigo? Eu era gordo. Mas gordo feito “um pixel”, como diria um colega meu. Quadrado de gordo, uma melancia japonesa. Ok, no começo da minha infância eu fiquei sim de butthurt com o diário “♪gordo baleia, saco de areia, caiu na piscina, de bunda pra cima, roda gigante, bunda de elefante!♫” do pessoal. Só que o tempo passa, e a gente se acostuma. Depois, nem mais atenção a isso dá. Bons tempos que bullyng era uma escrota palavra que nem a pedagoga mais marxista da escola ousava falar... pois era simplesmente desnecessário.

            Por fim, vou dormir hoje com saudades. Que o povo, em geral, continuará meio burro e meio alheio a muita coisa, isso não há de se duvidar. E sim: eu me incluo no povo; afinal, não estou nos bastidores das mídias e negociatas parlamentares mesmo... Então: só sei que, disso, eu nada sei MESMO!... Dormirei ignorante acerca do que anda ocorrendo por aí. Embora eu vá dormir com a cabeça mais tranquila do que de costume: ao menos, não sou um estúpido ideólogo acreditando em falsos ”messias”.     

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1.      ¹Romário B. Alcântara escreve aos sábados, na correria mesmo, e anda meio nostálgico ultimamente. Até hoje o filho da mãe não sabe escrever uma bio decente para seus textos. 
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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

5 motivos para você largar de tomar refrigerante agora!

Por Lucas França


Pois é, se você é um daqueles que resolveu colocar como meta o abandono do refrigerante, mas que sempre acaba caindo em tentação venho hoje lhe ajudar através de uma pequena lista com motivos bem racionais para largar o vício!


1- UMA MORTE MAIS CEDO Não importa se ele é normal, diet, light ou zero. Sim, todos os refrigerantes ácido fosfórico, a substância que dá para a bebida o seu sabor típico e de quebra aumenta o tempo de vida da mesma. Em excesso pode causar diversos problemas, desde cardíacos ate a osteoporose. Um estudo demonstrou que ratos de laboratório com níveis altos deste ácido morriam cerca de cinco semanas mais cedo que os demais.


2- CAUSA CÁRIES Dentistas norteamericanos nomearam um refrigerante para uma doença observada em crianças que o bebem- ‘Boca Mountain Dew’. As criancinhas acabam com a boca cheia de cáries causadas pelo açúcar em excesso.


3- LATAS TÓXICAS  As latas de alumínio onde alguns são acondicionados são revestidas por uma resina chamada Bisfenol (BPA) usada para impedir que os ácidos do refrigerante reajam com o metal. Bem e qual o problema¿  O BPA esta associado a tudo, prejudica hormônios, infertilidade e a obesidade. Existe até uma ‘guerra’ entre a Coca-Cola e a Pepsi em desenvolver uma forma de armazenar ‘sem BPA’.


4- CONTAMINA AS ÁGUAS  Bem adoçantes artificiais nos refrigerantes diets não se dissolvem em nosso organismo, nem no tratamento de águas. Em 2009, cientistas suíços testaram amostras de água tratada, rios e lagos da Suíça e detectaram níveis deacessulfame K, sucralose e sacarina em todos, substâncias usadas em refrigerantes diet. Descobriu-se que a sucralose além de fazer mal aos humanos, interfere com os hábitos de muitos microrganismos.


5- GASTRITE O nosso estômago é um lugar muito sensível apesar de ser resistente ao suco gástrico. Contudo a enorme concentração de açúcar, aditivos, aliados ao Ph ácido podem provocar gastrite e até úlceras.


Lucas França:   Escreve as sextas sobre ciências e curiosidades. É acadêmico de medicina, não leva tudo a sério demais, é movido por emoções e como todo estudante não nega um convite para um café, bom ou ruim.

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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

No futebol um clássico inédito entre Corinthians e São Paulo pela taça Libertadores, e no tênis o Brasileiro "Feijão" faz um bom jogo e avança para as quartas no aberto do Rio.


Hoje a quarta-feira foi ótima para quem gosta de esportes, tivemos um ótimo jogo entre Corinthians e São Paulo, e um Brasileiro voltando a dar alegrias na quadra de tênis, o Brasileiro João França, conhecido como feijão.

Começando pelo futebol, o jogo entre Corinthians e São Paulo foi o primeiro entre os dois clubes pela competição, isso aumentou ainda mais o ânimo dos torcedores para o ir ao estádio, casa cheia para o espetáculo. No inicio do jogo o time do Corinthians fez uma Blitz no adversário e abre o placar logo aos 11 minutos, com o volante Elias, ele recebeu um belo passe de Jádson ficou na cara do gol e não perdoou, 1 x 0 para o Corinthians. E assim permaneceu por todo primeiro tempo.

No inicio do segundo tempo, o Corinthians contou com o fator casa e todo o apoio do torcedor que ali compareceu, continuou pressionando o tricolor paulista que sucumbiu aos 23 minutos, Jádson, que fez uma ótima partida, aumentou o contador para 2 x 0 após receber um bom passe de Emerson Sheik e dar um bonito corte em Reinaldo, chutou de esquerda e a bola passou por baixo do arqueiro São Paulino. Depois do segundo, gol o Corinthians controlou a partida e quase não houve chances para ambos os lados.

Na minha avaliação final, o Corinthians fez uma ótima partida, fez uma boa marcação pressão muito eficiente e foi mais objetivo que o Rival. Já o tricolor paulista, parece ter sentido um pouco da pressão da torcida do Corinthians e não jogou bem, agora é ver onde ocorreram os erros, corrigi-los para que eles não sejam cometidos outras vezes durante a competição.

Agora o tênis, ontem, o Brasileiro "Feijão" fez uma longa e dura partida contra o Esloveno Blaz Rola, mas felizmente conseguiu sair com a vitória e avançar para as quartas, o que é uma ótima noticia pois o outro Brasileiro, Thomaz Bellucci já foi eliminado na primeira fase por Rafael Nadal, um dos melhores tenistas do mundo. Se o Brasileiro passar para as semis, conseguirá o posto de melhor tenista do Brasil. Desejamos toda a sorte do mundo para você, Feijão.


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"Nú" e "Convoque seu Buda": Melhores álbuns nacionais de 2014!

Por Marcos Serres*

Hoje não vou falar sobre política, ao menos não explicitamente, vou falar sobre música, especialmente sobre dois álbuns que eu considero os melhores da música nacional de 2014, o álbum da banda Forfun e o Convoque seu Buda do rapper Criolo.

O álbum da banda Forfun é o 5º álbum deles  e o 4º álbum de estúdio, além do EP Solto. O álbum é um trabalho polêmico pois se difere de tudo que a banda produziu até agora por trazer inovação musical e uma gama de ritmos, a começar pela controversa O baile não vai morrer que abre o álbum ao som do funk carioca falando sobre o preconceito que a sociedade tem com os funkeiros. A música caiu no desagrado de muitos fãs, apesar de, pessoalmente, eu ter gostado muito.

Outra questão que a banda enfrenta é o baixista e vocalista Rodrigo Costa ter assumido publicamente ideologias contrárias aos da maioria da banda e dado diversas declarações políticas polêmicas em sua conta no Twitter. Ao passo de que a maioria da banda é considerada de esquerda o Rodrigo aderiu ao ideal do liberalismo sendo considerado de direita. O álbum , apesar de receber esse nome por ser considerado despido de preconceitos e ideologias, é totalmente politizado e 100% das músicas falam de questões sociais e políticas sendo que, cada integrante da banda que compõe suas músicas tem a liberdade para por suas ideais políticas nas músicas. Tamanha é a disparidade de ideias na banda que Rodrigo cita em seu twitter textos do Olavo de Carvalho ao mesmo tempo em que o “multimúsico” da banda Vitor Isensee canta na música Muitos Amigos As mais lindas influências, de Che Guevara a Nietzsche”. Porém, segundo o próprio Rodrigo isso não afetou em nada o convívio da banda e, pela qualidade musical que se pode observar no álbum Nú, não afetou também a banda.

O álbum Convoque seu Buda do rapper Criolo é o 3º álbum de estúdio do cantor e, na minha opinião, o melhor, porém, para os fãs que acompanham o rapper com “devoção” a muitos deles o álbum não agradou, ou ao menos, deixou a desejar, isso pelo fato dele não se focar 100% no rap – o que o Criolo já fazia – mas ter estilos bem diferentes como samba e reggae na lista de suas músicas.
A música que dá nome ao álbum, Convoque seu Buda abre o disco com grande estilo, afinal, é um rap bem ao estilo do Criolo que gosta de brincar com o vocal de forma debochada. O rap traz algumas influências da música japonesa. A música tem uma crítica pesada aos “revolucionários modinhas” que se juntam apenas pelas “mina” e pela maconha deixando a ideologia de lado. No caso, percebe-se uma grande inclinação às ideias da esquerda, como se pode notar no resto do álbum.

Uma das melhores músicas do álbum, porém, é Cartão de Visita, que tem participação especial da cantora paulista Tulipa Ruiz. A música é completamente rapeada por Criolo que brinca com o vocal novamente de uma forma debochada criticando as festas luxuosas e a ostentação dando pitacos na blogueira Thassia Naves e no funkeiro MC Lon. Mas o mais engraçado da música é quando a parte em que ele debocha de Lázaro Ramos que, uma vez em uma entrevista com o rapper, ficou sem entender a explicação sociológica e cheia de metáforas que Criolo deu sobre a sociedade, a música diz  “(...) leite a criança quer entender Lázaro alguém nos ajude a entender” isso porque a explicação que o Criolo deu sobre diferenciar Classe A e Classe B de pessoas usou como metáfora o leite tipo A e B.

Mas para mim, a surpresa do álbum foi a música Plano de Voo que conta com a participação especial dos rappers do grupo Síntese. A música é praticamente uma obra prima, é de dar arrepios. Os vocais do Criolo e do Neto do Síntese encaixam-se perfeitamente ao instrumental impecável que dá a impressão de se ouvir uma música clássica ao fundo das batidas e do vocal, sem contar, é claro, da letra inteligentíssima e, um pouco difícil de entender, que é praticamente um desabafo dos sentimentos que ambos têm sobre os problemas da sociedade e a falta da justiça social.

O fato é que tanto da banda Forfun, quando Convoque seu Buda do rapper Criolo são álbuns extremamente politizados e que ao mesmo tempo possuem uma qualidade musical excelente e que tiveram uma aceitação de público muito grande mostrando assim que aos poucos as pessoas vão exigindo um perfil mais crítico de seus artistas ao mesmo tempo em que as ideias e pensamentos políticos vai tomando conta da sociedade em que vivemos. 

Isso torna tanto o quanto o Convoque seu Buda dois dos melhores álbuns do ano de 2014 mostrando assim que o ano passado valeu a pena. 


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* Marcos Serres é estudante de Ciência Política, ator e comediante stand-up. Escreve nas quartas sobre política ou o que vier na cabeça, afinal, ninguém se sabe o que se passa na cabeça dele, nem mesmo ele, única coisa que sabemos é que sua mente é um universo infinito e pedindo para ser explorado.
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sábado, 14 de fevereiro de 2015

IMPÍTMA!!1!

Better call... Cunha?

  Por Romário Becker Alcântara¹

         Já que faço graduação em Direito, nada mais cabível que esclarecer o atual assunto do momento: o possível processo de impeachment que a ‘presidanta’ Dilma Rouseff pode sofrer. Sem delongas jurídicas, serei curto e grosso feito punhal de peão de estância. Segue o relatório.

            O impeachment é um processo ESTRITAMENTE político, e está previsto juridicamente na chamada ‘lei maior’ (vulga “Constituição Federal da República Federal do Brasil de 1988”, mas pode chama-la de “CF/88”, dá na mesma), e ocorre quando, aberta uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) pelos ‘nobres’ (sic) deputados, considera-se a processualidade (se é caso de abrir um processo de cassação do mandato do presidente da república).

            Se admitida a processualidade, o presidente é afastado do cargo, o vice assume enquanto isso, e o presidente é finalmente julgado pelos senadores da república, estes que irão decidir por voto, ao julgar a materialidade dos fatos, se o presidente deve ou não ser cassado.

            Assim foi com Fernando Collor de Mello em 1992. Assim pode ser com Dilma.

            Quando o presidente deixa o cargo vago, quem assume é o vice-presidente (Michel Temer, neste caso; Itamar Franco, quando Collor foi cassado). Se o vice-presidente deixa o cargo vago, quem assume a presidência é o presidente da Câmara dos Deputados, e depois dele vêm, em ordem, o presidente do Senado Federal e o presidente do STF (Superior Tribunal Federal).

           “Quando o presidente e o vice-presidente não podem assumir, como dito antes, quem assume é o presidente da Câmara dos Deputados Federais. Se falta mais de dois anos para encerrar o mandato previsto para presidente da república, ocorre eleições diretas, com direito a ‘chapa’ e tudo mais.

A ‘chapa’ mais votada é eleita à presidência da república pelo período restante. Já se falta menos de dois anos para o término da legislatura de presidente da república, é feito – veja só! – eleições INDIRETAS entre os membros da Câmara dos Deputados, e a ‘chapa’ eleita assume o restante da legislatura em “mandato tampão”, isto é, até o final do período para convocação de novas eleições presidenciais. Pelo menos assim é o entendimento dos fatos, enquanto não for aprovada lei que regulamente, finalmente, a (pendente) matéria jurídica.”

            Mas há outra possibilidade, mais desconhecida...

            De acordo com a Lei das Eleições de 1997, se for comprovados captação ou gastos ilícitos de recursos, com objetivos eleitorais, o diploma deve ser negado ao candidato, ou cassado, se já houver sido outorgado (isto é, se ele já foi diplomado e está no cargo).

            Por fim, é basicamente isso: ou a ‘presidanta’ pode ser removida do poder por um processo tão somente político, ou ela pode ser removida por um processo estritamente jurídico. É como carabina de dois canos: não se sabe por qual canal que a bala vai sair, no entanto que pode atingir e fazer um estrago daqueles, isso não se tem dúvidas.

            Aguardemos os ‘capítulos’ desta novela capitaneada pelo nosso “Frank Underwood” brasileiro, o presidente da Câmara dos Deputados, e um dos componentes da ‘bancada evangélica’, Deputado Federal (pelo PMDB-RJ) Eduardo Cosentino da Cunha.

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1.      ¹Romário B. Alcântara escreve no “Blog 7 por Sete” porque... sim. Ninguém sabe o que ele pode acabar escrevendo ou postando, porque nem ele mesmo sabe até ele começar a escrever o texto. Escreve aos sábados, porque durante a semana ‘é osso; sou trabaiadô, sinhô’, e neste carnaval pulará no “Bloco do Eu Sozinho”, para a desgraça da vizinhança que terá que aguentá-lo escutando a dupla de irmãos perdedores ‘Loser Manos’. É fotógrafo amador quando as condições climáticas do céu ambiente permitem ele tirar uma foto relativamente decente.
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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

O paradoxo de Moravec

Por Lucas França

Sem dúvida um dos grandes avanços que observamos no mundo se trata da engenharia robótica e a criação de humanoides cada vez mais complexos. Capazes de realizar múltiplas funções e buscar dados em milésimos de segundo. Porém, algo curioso nessa relação é a pouca ‘experiência’ que esses humanoides possuem na hora de realizar funções que consideramos básicas. Por exemplo, realizar expressões faciais ou pegar objetos.

E nessa linha existem inúmeros exemplos:

C3po3 da amada franquia Star Wars não poderia ficar de fora. Sabemos que o mesmo foi interpretado por um mímico, porém é um bom exemplo dessa ‘superficialidade’


Mas então o que dizer de Pepper o humanoide japonês que chega ao mercado esse ano. Ele é capaz de reconhecer expressões humanas e interagir, porém muito estranho ainda nosso amiguinho quando se pensa em um ‘jeito humano de se mover’. Se você gostou ele esta avaliado em cerca de 4300 R$.


Então chega! O que seria esse tal de paradoxo de Moravec e o que ele tem haver com nossos amigos humanoides.
É preciso analisar que possuímos um comportamento inverso da inteligência artificial. Em resumo a facilidade que temos em elaborar um discurso e fazer uma caminhada é totalmente desproporcional para um robô que pode quantificar milhares de dados por segundo.

Esta diferença entre a inteligência natural e artificial é conhecida como Paradoxo de Moravec.
Hans Moravec, um cientista pesquisador no Instituto de Robótica da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, explica essa observação através da ideia de engenharia reversa em nossos próprios cérebros.



Esta engenharia reversa parte do pressuposto que é mais difícil para nós seres humanos reproduzirmos tarefas que realizamos através de forma inconsciente, como realizar funções motoras.
Já o pensamento abstrato, que realizamos através de cálculos e resolução de problemas é algo inserido no comportamento humano a menos de 100 mil anos, logo a forma de resolver esses problemas abstratos é feita de forma consciente. Portanto, é muito mais fácil para os cientistas criarem tecnologias que reproduzem esse tipo de comportamento.
As ações como falar e se mover são inconscientes. No sentido de que não temos controle do processo que leva a essas ações – e em muitos casos nem sabemos direito como acontece. Por isso é mais difícil colocar estas funções em agentes de inteligência artificial.


A busca pelo autoconhecimento é algo de interesse em todas as áreas da ciência.

Lucas França:   Escreve as sextas sobre ciências e curiosidades. É acadêmico de medicina, não leva tudo a sério demais, é movido por emoções e como todo estudante não nega um convite para um café, bom ou ruim.

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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Um exemplo, mas não da maneira esperada.

Postei nesse blog, há duas semanas atrás, que o lutador Anderson Silva dava a grande volta por cima da carreira dele após voltar a lutar depois de sofrer a lesão mais grave de toda a sua carreira e que independente no resultado da sua luta ele serviria de exemplo, bom... Não foi um bom exemplo.

Ele foi pego no doping, exame realizado para ver se o esportista não usou substâncias ilícitas no esporte. E ele usou. Estava lendo em um site de noticias esportivas, que o ultimo exame dele, realizado após a luta contra o Americano Nick Diaz deu positivo, isso quase anula qualquer chance dele não ser punido. A punição dele pode ser de no máximo dois anos e no minimo nove meses.

Para um lutador de 39 anos, uma punição de dois anos praticamente encerraria a carreira dele,  e se ela vier não será nada chocante, pois uma pessoa que usa substâncias proibidas no esporte tem que ser punida para servir de lição aos outros praticante do esporte.

Esse é um assunto chato, mas infelizmente ocorreu. Então vamos torcer para que o Anderson pegue a punição minima e que possa realizar uma ou duas lutas para sair com uma boa imagem do UFC.

Esse erro não apagará a história de um dos melhores lutadores do UFC, se não o melhor. Mas espero que sirva de exemplo e não se repita, pois não devemos apelar para nada, as nossas conquistas  tem que vir com os nossos méritos e não com ajudas de outros fatores.
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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

O Libertador

Por Marcos Serres*

Em um dos mais de 300 aforismas, o ilustre filósofo alemão Friedrich Nietzsche em seu livro A Gaia Ciência critica o surgimento de pessoas que, aproveitando-se de um instante de crise, se utiliza dos poderes de uma filosofia moralista para se intitular como o alguém que resolva essa crise, o que eu chamo de “O Libertador”.

Nos fala ele que essas pessoas “querendo que lhes seja concedida uma confiança absoluta, têm primeiramente a necessidade de darem a si mesmos com base em algum derradeiro e indiscutível mandamento, inerentemente sublime, do qual gostariam de sentir-se servidores e considerar-se instrumento”, ou seja, essas pessoas assumem para si uma filosofia moral e passam a viver ela como se fosse a maior verdade do mundo e buscam ser, unicamente eles, o instrumento pela qual as pessoas “subjugadas” por um sistema opressor possam encontrar a libertação.

O problema é que, ao utilizarmos desses princípios ou ideais superiores, acabamos nos livrando de um tirano – o sistema antigo – para servirmos como “submissos sem vergonha” – como dizia Nietzsche – a outros princípios e filosofias que outrora foram aclamados pelo “Libertador” como o grande ideal que seria a salvação. Desse modo, qualquer que seja a saída, sempre se sairá para dentro – por mais redundante que seja -, mas para dentro de uma prisão ideológica que, quanto mais enraizada estiver no espírito carente das pessoas sedentas pela revolução que levantou esse ideal, mais perigoso se tornará ao buscar, na prática, ser realmente o “ideal libertador”.

Isso porque, pior que ser obrigado a servir a um tirano, é servir a um tirano por vontade própria, ou, pelo menos, por achar que essa vontade é a sua ao ser iludido e cegado por um ideal representado nesse tirano. O tirano talvez nem seja uma pessoa, mas a personificação de uma filosofia moralista que leva os indivíduos, talvez, a uma prisão ideológica objetiva, ou melhor, concreta, que torna ideias e filosofias – subjetivas, até então –, ações e censuras concretas tal qual o célebre livro de George Orwell, 1984, no qual as próprias pessoas tornam-se tiranos de si próprios por estarem, ou embriagadas pela ideia de libertação, ou amedrontadas por essa ideia e pelas pessoas que a exaltam.


Portanto, quanto mais presos estivermos a uma ideia ou pessoa que se intitule “O Libertador” para que essa nos liberte de uma prisão que nos encontramos, mais prisioneiros ainda estaremos. Será como sair de uma cela e ir para outra. 

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Marcos Serres é acadêmico de Ciência Política, ator,comediante stand-up e escreve sobre Política e Sociedade nas quartas-feiras. 
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sábado, 7 de fevereiro de 2015

Precisamos conversar

Por Romário Becker Alcântara1

            Não sou psicólogo, mas essa foi uma das áreas que me atraiu antes de escolher o que iria começar a cursar quando entrei na faculdade. Atualmente, um dos componentes curriculares que curso é uma cadeira de “Psicologia” na graduação em Direito – matéria obrigatória que está superando minhas expectativas. Ok, e aonde quero chegar com isso? Quero chegar a aqui mesmo: no divã, móvel cujo ano de 2015 “mal começou mas já considera PAKAS” estar ali, declinado feito um imbecil que quis vir com tudo e encontrou uma parede de vidro aonde se estatelou – psiquicamente.

            Estamos já na segunda metade da segunda década do século XXI. Parece óbvio. Para alguns, ainda é. Porém estamos tão atrelados a um quotidiano online e off-line que não nos damos conta direito do passar dos anos. Passa ano, vem ano, e criamos uma cambada de resoluções (inúteis), desejamos felicidade pelo ‘novo’ movimento de translação solar do Planeta Terra, que mais uma vez se (re)completa e (re)inicia. O Reveillon foi mês passado? Foi. Entretanto, há entendimentos que se demora a compreender, já que em boa parte das situações somos movidos tanto pelo calor do momento quanto por hábitos e costumes discutíveis.

            Damo-nos conta, talvez, nesta vez – em particular –, de nosso esquisito jeito porque 2015, no Brasil, é um ano que já não se espera “vingar muito”, como nos anos anteriores se expectava. Na terrae brasilis, aonde bancar fingimento é – veja só! – “norma cogente”, lidar com uma triste realidade escancarada à porta de casa é de partir o coração em pedaços – já que o Fisco não poupa ninguém.

            “Não vingaria muito... Como assim, Romário?”, ora pois, veja: você espera mesmo que a política vá mudar algo à próxima legislatura? Elegeu-se ano passado a bancada mais ‘câncervadora’ desde 1964. Considerando as ‘(des)aventuras’ propostas pela New Left brasileira, hei de concordar que ‘dos males, o menos pior’ – aqueles, porque estes eu me nego a dar o braço a torcer.
            Você espera melhorar de vida? Não antes de pagar os mais novos tributinhos que o Governo Federal preparou para você! “Presente de grego” é um tag que até representa isso, contudo não define com profundidade o rancor de dar um passo a frente e ter que voltar dois. E do futebol? Do samba? Dos demais esportes, músicas, e entre outras novidades? Tudo virou um repeteco infindável. Ser nostálgico virou modinha. Uma modinha com adeptos tácitos: já que nada se cria, vamos copiar. ‘Vai que cola!’, eles disseram...

            O “país do futuro” ficou... bem, para depois mesmo. Ah, o ‘longo prazo’, sim... Jargão preferido pelos economistas mainstream (mas pode chamar de “palpiteiro econômico profissional”, dá no mesmo), pelos políticos adeptos da reeleição (isto é, todos) e pelos pais que não suportam levar as crianças no supermercado, enquanto não se dão a paciência de ensinar a cria a saber o que escolher (pais impacientes, crianças mimadas, futuro da nação em risco – certeza!).

            Quiçá um dia tudo se ajeite... “A longo prazo, estaremos...” todos mortos? De vergonha, talvez. De arrependimento é bem capaz sim. Alguns estarão carcomidos – felizes eles que não verão a desgraça alheia... perecer? Possivelmente. É neste tom cadavérico que os fatos vêm se desenrolando.
            Ninguém consegue conversar sério com um brasileiro. Você vai a algum outro país, o pessoal já te recebe de sorriso – debochado, porque rir da desgraça alheia pode SIM. Aliás, se nós não conseguimos conversar a sério, de igual pra igual, com outras gentes d’outras regiões brasileiras, quem dirá com os de fora do país? Se bem que é típico de cá ‘dar o passo maior que a perna’ – só pra querer passar a perna no outro.

            Ademais, por assim, rolamos para frente nossas desgraças. Pobre dos filhos, que tudo isso herdarão – dívidas (impagáveis), uma cultura fresca (não de ser nova, no entanto por não conseguir se renovar com raízes fundas, só ‘aéreas’) e um Norte – marcado erroneamente por uma ‘bússola desregulada’. Perspectivas? Ser otimista agora soa ofensivo – pelo menos, até o próximo “messias político” aparecer. Como este povo ama heróis... E de ser, ao fim disso tudo, iludido por eles.

            Por fim, creio que 2015 traz um recado claro. Recado este que não víamos há mais de década: o quão longe você pode suportar e aturar a pobreza de espírito disseminada após avistar, sem filtros (nem ‘retricas’) uma realidade dilacerante? E que seja confessado: é ótimo haver anos ruins – e este será péssimo para o estado geral das coisas e das pessoas. Bem provável que a mim não, uma solilóquia ‘formiguinha’ – o mesmo não posso dizer às ‘cigarras’. Como eu dissera antes: o “longo prazo”, chegou. Em tempo: sempre chega. É inexorável. Inclusive, chegou com oficial de justiça e tudo, intimando-te a comparecimento em juízo para julgar o pouco que tu sabe, o muito que tu fala, o aquém que tu planta, e a tua (frustrante) colheita.


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1.      ¹Romário B. Alcântara, além de escrever coluna sobre diversos assuntos (incluindo até moda), é cronista quando consegue expressar algo. Escreve, agora, aos sábados.

            
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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Usamos apenas 10% do cérebro?



Por Lucas França¹

Você pode achar ruim por entregar um relatório fora prazo porque não deu conta. Ou se sentir frustrado por não ter aprendido aquela língua nova que você colocou como meta. Ou não ter feito algo de muito relevante na sua carreira acadêmica ainda. Ou na vida.

E esse sentimento pode ter piorado depois de assistir ‘Sem limites’ e ‘Lucy’ com pessoas usando 100% do cérebro, afinal, nos reles mortais usamos apenas 10%. Mas calma, posso começar essa sexta diminuindo um pouco seu sentimento de culpa.

Afinal, essa historia que usamos 10% do cérebro é um MITO.

"Sabemos que grande parte do cérebro é utilizada. Isso explica por que até microlesões cerebrais podem causar danos graves e irreversíveis", diz o neurocientista e pesquisador do Hospital Sírio-Libanês, Erich Fonoff. Quantos por cento então? "Atribuir um percentual é leviano. Para isso, teríamos que saber o que são os 100%. Ainda não chegamos a esse nível".

Apesar do cérebro e suas nuances de funcionamento ainda serem motivo de grande esforço cientifico para se desvendar, existem provas através de estudos de como ocorre o mecanismo das sinapses humanas, e nelas se percebe claramente que não existem zonas ‘paradas’, afinal até durante o sono nosso cérebro trabalha, e faz isso como um grande circuito elétrico interligado.

Como observamos nessa imagem, através de um método chamado de clarity que foi divulgado pela Nature:



Bem, então de onde surgiu esse mito? Sabe-se que o mito dos 10% nasceu entre os que defendem a paranormalidade, onde os 100% estariam ligados a pessoas que possuem poder de ler mentes, levitar... A história da ‘força do pensamento’. 

Mas então você esta dizendo que os exercícios para estimular o cérebro não passam de mentiras? Não é bem assim. "O sistema nervoso é plástico. Se for estimulado, aumenta seu o potencial colossalmente", diz o chefe do laboratório de Neurociências do Instituto de Bio-ciências da USP, Gilberto Xavier.

O que não se pode deixar de levar em conta é a diferença entre ‘capacidade do cérebro’ e ‘uso da massa encefálica’. E mesmo sendo o cérebro um mistério, sabemos que não somos qualificados pelo tamanho da massa encefálica ou o número de neurônios.


Que o nosso foco mude para o USO e não se detenha na CAPACIDADE.

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Lucas França:   Escreve as sextas sobre ciências e curiosidades. É acadêmico de medicina, não leva tudo a sério demais, é movido por emoções e como todo estudante não nega um convite para um café, bom ou ruim.
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